domingo, 9 de agosto de 2020

Filosofia/Religião - 6º ano


Ética Moral
As palavras ‘ética’ e ‘moral’ são semelhantes em sua etimologia, mas, por convenção, adotamos a Ética como estudo teórico e específico de ações orientadas por valores morais e das consequências dessas ações - mesmo quando envolvem seres não humanos, como os animais e o meio ambiente; e a Moral para nos referirmos às práticas dos diversos agrupamentos humanos - incluindo os códigos normativos.
Considera-se que Aristóteles foi o primeiro a propor um estudo sistemático da moralidade. Em seu pensamento, não haveria propósito em implementar qualquer investigação ética sem efeitos no modo como alguém vive. Todas as propostas teóricas ainda mantêm esse ideal. Embora pareçam distantes da complexidade das situações concretas, todas as perspectivas teóricas sobre o agir moral pretendem esclarecer as dificuldades que experimentamos na prática e, por conseguinte, propor soluções para os conflitos, desacordos e dilemas morais.
É importante frisar que a reflexão filosófica sobre o agir moral tem por base as práticas morais em toda a sua complexidade, mas não se esgota em constatações de cunho social ou psicológico sobre como ou porque as pessoas decidem o que fazer. É tão importante compreender as regras e mecanismos que permeiam nossas sociedades quanto propor críticas e essas práticas: estariam elas nos conduzindo a qual fim? Valorizam o que há de humano em nós? Não podemos negar que a Ética aponta para o que pode ser realizável e não apenas para o habitual. Mesmo que o cotidiano em sua complexidade nem sempre permita um agir livre, consciente e autônomo, esses são os fundamentos a partir dos quais construímos nossas perspectivas éticas.
Podemos destacar três âmbitos de investigação do comportamento moral:
  • Normativo: pretendem estabelecer os critérios que distinguem as ações em ‘corretas’, ‘erradas’, ‘permitidas’, etc. Pretendem esclarecer as dificuldades morais que experimentamos e propor normas de conduta. Esses estudos perguntam como devemos agir, se ou quando estamos moralmente obrigados a agir e quais valores morais devem orientar nossas ações. Desenvolvem-se, com essas investigações, as diversas teorias morais.
  • Descritivo: investigam a natureza e o status dos valores morais com base em uma descrição das práticas morais. São estudos metaéticos, pois são uma investigação do próprio agir moral. Podemos, assim, considerar que os valores morais são relativos a culturas e sociedades, objetivos e incondicionais ou inexistentes.
  • Aplicado: abrange a aplicação de teorias normativas e perspectivas metaéticas a questões específicas, cujo contexto de avaliação da responsabilidade moral nem sempre se restringe ao individual. Os temas mais comuns envolvem: ética ambiental, ética médica e ética empresarial. Em todos esses, além da perspectiva estritamente moral, temos questões legais envolvidas, pois são âmbitos de ação nos quais agimos não apenas como indivíduos, mas como profissionais ou representantes de um órgão ou empresa.
De todos, a Ética é o mais interdisciplinar dos campos de investigação filosófica. Aceita contribuições de uma variedade de pesquisadores, incluindo teólogos e cientistas. O relevante para avaliar as contribuições é sempre a perspectiva crítica e a tentativa de oferecer uma explicação ou solução às dificuldades que resultam do comportamento humano.
Ética é uma área da filosofia que busca problematizar as questões relativas aos costumes e à moral de uma sociedade, sem recorrer ao senso comum. A ética tenta estabelecer, de maneira moderada e com uma visão questionadora, o que é o certo e o errado e a linha, muitas vezes tênue, entre o bem e o mal. A ética está intimamente ligada à moral e consiste numa importante ferramenta para o bom convívio entre as pessoas e para o bom funcionamento das relações e das instituições sociais.  
O idioma grego antigo possuía duas palavras de grafias e significados similares: éthos, que significa hábito ou costume, e êthos, que significa caráter, disposição individual e inclinação. A palavra mores, de origem latina, era apenas uma tradução para as palavras derivadas de ethos, significando também hábito ou costume.
O latim não diferenciava os costumes do caráter em sua tradução, o que causou uma confusão posterior: muitos estudiosos consideraram ética e moral a mesma coisa. No entanto, a distinção que parece explicar a diferença entre os termos da melhor maneira é a seguinte: moral é o hábito e o costume, enquanto ética é uma filosofia da moral, uma tentativa de fazer uma “ciência” moral.
A ética indica aquilo que é certo e o que é errado com base na moral.A ética indica aquilo que é certo e o que é errado com base na moral. 
Enquanto a moral expressa os hábitos e costumes de uma sociedade, de um local, de uma comunidade situada no espaço e no tempo, além de designar a conduta individual de pessoas, a ética é aquela que tenta identificar, tratar, selecionar e estudar a moral (ou as várias morais) de maneira imparcial, laica, racional e organizada. É papel da ética, portanto, entender a moral e julgá-la pelo crivo da razão, estabelecendo se ela está correta ou não. 

O que é ética para a filosofia?

Mais do que um simples corretor de posturas e atitudes das pessoas, a ética é um saber antigo ligado à filosofia. Quando o filósofo grego antigo Sócrates iniciou a sua jornada filosófica, que deu origem ao chamado período antropológico ou socrático da filosofia grega, as atenções filosóficas saíram da natureza e da cosmologia e passaram a centrar-se nas ações humanas e no que resulta delas. Após Sócrates, a filosofia passou a interessar-se por temas relacionados à vida em sociedade, à política e à moral.
Aristóteles foi o primeiro pensador a sistematizar a ética.Aristóteles foi o primeiro pensador a sistematizar a ética. 
Com a problematização acerca da moral e do convívio das pessoas, surgia a chamada filosofia moral, que mais tarde ficaria conhecida como ética. A ética foi sistematizada pela primeira vez pelo filósofo grego antigo Aristóteles, que formulou uma teoria ética baseada em uma espécie de guia moral das ações que visava sempre, na visão do filósofo, o alcance da felicidade.
Os filósofos helenistas, como epicuristas, cínicos e estoicos, também apresentaram visões de vida que podem ser reconhecidas como modelos éticos, porém são modelos de ética prática, pois tais teóricos ultrapassaram a especulação intelectual da filosofia e partiram para uma visão prática da ética, voltada para as ações cotidianas.
Durante a escolástica, a questão da ação humana para a filosofia deveria subordinar-se à vontade de Deus, e, por muito tempo, não houve grande modificação nos estudos sobre ética. Foi Nicolau Maquiavel quem marcou o Renascimento em relação à ética e moral, ao propor uma teoria do poder que, na prática, dissociava ética de política.
Os estudos sobre ética somente ganharam novo fôlego no fim da Modernidade, no período iluminista da Europa, em que questões políticas voltaram ao centro do debate e a ética veio como uma necessidade para controlar as ações das pessoas em meio a tantas revoluções na sociedade.
É nesse período em que o filósofo iluminista alemão Immanuel Kant escreveu o seu livro Fundamentação da metafísica dos costumes, apresentando uma teoria ética milimetricamente pensada: um sistema complexo baseado no dever, sendo que uma ação somente é ética se ela estiver de acordo com o dever e for empenhada pelo dever.
O sistema ético kantiano não admitia qualquer desvio da norma como ação moralmente válida, e o guia para encontrar a ação moralmente correta era o que o filósofo chamou de imperativo categórico. Para Kant, o ser humano deve fazer um exercício antes de agir. Esse exercício simples consiste em pensar se aquela ação pode ser considerada boa ou correta em qualquer situação em que ela for empenhada. Se a resposta for sim, então é uma ação moralmente correta. Se a resposta for não, é uma ação moralmente condenável.
Outras teorias éticas surgiram no século XIX para explicar a questão da moral e da ética, entre elas o utilitarismo, criado pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham e finalizado pelo filósofo inglês John Stuart Mill. O utilitarismo afirma que a moralidade de uma ação não está na ação em si, mas em sua finalidade e nos resultados dela. Nesse sentido, ações que, a princípio, são moralmente condenáveis, como a mentira e o furto, podem ser consideradas moralmente aceitas se forem praticadas visando um bem maior.

O que é ser ético?

Mesmo com a distinção entre ética e moral, muitas vezes ser ético significa agir de acordo com a moral. No entanto, nem sempre a moral está correta, sendo a ética aquela que pode verificar a validade das ações morais. As pessoas esperam fórmulas prontas que apresentem de maneira mastigada o que é ser ético. No entanto, a ética é constituída por vários elementos e várias regras que precisam ser pesadas e avaliadas para que o indivíduo ético seja reconhecido.
Ser ético, no fim das contas, é agir bem, buscando fazer o certo, não se desvirtuando e não causando prejuízo a outrem. Para podermos começar a pensar no que é ser ético, basta que nos atentemos para as nossas ações e o impacto delas no meio. A minha ação prejudica outras pessoas? A minha ação prejudica o coletivo em detrimento do meu lado individual e pessoal? A minha ação é  correta em relação às normas locais? A “balança” moral de uma pessoa é o seu senso ético, que é capaz de dizer se as suas ações são condenáveis ou não.

RESPONDA AS QUESTÕES.
  1. O QUE É ÉTICA?
  2. O QUE É SER ÉTICO?
  3. QUEM  FOI O PRIMEIRO  FILOSOFO DA ANTIGUIDADE A SISTEMATIZAR A ÉTICA?
  4.  O QUE É ÉTICA PARA FILOSOFIA 
  5. QUIAS OS TRÊS ÂMBITOS DE INVESTIGAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA MORAL?
  6. QUAL A DIFERENÇA DE ÉTICA PARA MORAL?
  7. VOCÊ SE CONSIDERA ÉTICO? EXEMPLIFIQUE: